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Empresas mais inovadoras têm líderes com mais tempo de casa

Imagem Empresas mais inovadoras têm líderes com mais tempo de casa
A estabilidade no poder parece ser um elemento fundamental para a inovação, na avaliação de Maxwell Wessel, do Fórum de Crescimento e Inovação e vice-presidente de inovação da SAP, em artigo publicado na Harvard Business Review.

by Patricia Badanais

Wessel analisou o caso das empresas de tecnologia para mostrar que a dedicação de longo prazo dos fundadores, investidores e, principalmente, dos gestores é fundamental para o negócio dar certo e manter-se inovador.

O tempo parece ser fator decisivo, já que abordar problemas audaciosos demanda prazos longos. Essa é uma das razões que fazem com que empreendedores e fundos de investimento busquem comprometimentos de longa duração. As grandes ideias nascem pequenas e exigem a construção de sólidas bases antes que cresçam e se expandam. Wessel destaca que, apesar do valor que as grandes marcas associam a seus produtos inovadores, ainda assim a inovação exige prazos longos de implementação. O problema é que muitos dos executivos das grandes empresas não têm estado lá durante todo o ciclo.

Pesquisa anual realizada pela Conference Board em 2014 mostra que o tempo médio dos CEOs nas corporações tem sido de nove anos. Comparado a estudos que mostram que uma ideia inovadora para se transformar num grande negócio leva pelo menos dez anos, essa vida média dos principais executivos nas empresas não é suficiente para eles acompanharem um projeto integralmente. E as transições podem matar vários aspectos importantes da inovação.

Wessel lembra que nove anos é a média, então há casos piores, como o da Hewlett-Packard. Desde 1999, a HP já teve seis CEOs. Com esse alto turnover, as boas intenções, ideias e projetos perdem força em função dos problemas causados pela falta de continuidade.

Ao contrário da HP, empresas com baixíssimo turnover em suas lideranças têm se destacado na inovação de ruptura, como a General Electric e a Apple. A GE, por exemplo, emerge atualmente como líder no fornecimento de soluções para a “internet das coisas” e isso só é possível por conta de projetos que foram planejados e implementados em prazos superiores a uma década. A Apple, que tem usado a estratégia de focar poucos mas impactantes projetos, tem nove de seus principais executivos com mais de dez anos de casa, sendo que cinco deles estão lá há pelo menos quinze anos. Para Wessel, é esse tipo de dedicação de longo prazo que pode fazer as empresas alcançar expressivos resultados em inovação.

Inovações tecnológicas que seu negócio não pode ignorar em 2015

Para Amy Webb, CEO da Webbmedia Group, consultoria internacional de estratégia digital, este ano oferece grandes oportunidades de inovação e alguns desafios tecnológicos novos para gestores de todas as indústrias. Segundo ela, eles precisam ficar muito atentos a algumas tendências de inovação em tecnologia.

Uma delas é a capacidade de aprendizado profundo que equipamentos dotados de inteligência artificial começam a ter, principalmente ao usarem redes neurais. No final de 2014, pesquisadores do Google revelaram um novo projeto que emprega um sistema desse tipo para identificar, sem o auxílio humano, múltiplos elementos em uma cena. O software desenvolvido aprendeu a como pensar processando vasta quantidade de dados, o que pode, por exemplo, permitir a robôs reconhecer objetos que eles nunca viram. No curto prazo, essa tecnologia deve ajudar nos processos industriais, na medicina e no varejo, entre outros negócios.

Outra tendência são os assistentes pessoais inteligentes e virtuais (SVPA, na sigla em inglês). Vários apps que usavam semântica e processamento de linguagem natural e coleta de dados das agendas pessoais, e-mails e das listas de contato foram adquiridos por grandes empresas como Google, Yahoo! e Apple. Neste ano, devem chegar ao mercado smartphones já equipados com funções do SVPA, que, por exemplo, vão detectar automaticamente quando você deve estacionar seu carro, marcar o local em seu Google Map e ajudar você a encontrar o caminho de volta até ele. Empresas de cartão de crédito, bancos, agências governamentais, campanhas políticas e empresas de marketing devem aproveitar o SVPA para entregar informações preciosas a seu público-alvo e também coletá-las deles.

A vigilância sobre o uso dos algoritmos pelas empresas é uma terceira tendência a ser observada. Basicamente, os algoritmos são só conjuntos de regras ou processos que devem ser seguidos em ordem para resolver um problema. Em 2015, a ética sobre o uso dos algoritmos estará mais do que nunca em pauta. Há inúmeros casos de algoritmos identificando equivocadamente suspeitos de terrorismo nos aeroportos e uma falha técnica em um algoritmo da Amazon aumentou o preço de um livro de US$ 16 para quase US$ 27 milhões. Para Webb, durante os próximos meses os gestores deverão discutir como incluir algum sistema de accountability nos algoritmos.

Source: http://hsmeducacaoexecutiva.com.br


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